A Plataforma de Impacto Social da Dor na Sociedade Portuguesa (SIP Portugal) promoveu uma reunião com oito empresas de diferentes setores de atividade para apresentar medidas que pretendem promover a manutenção do trabalho ou reintegração profissional da pessoa com dor crónica, por forma a diminuir o absentismo e presenteísmo, assim como as reformas antecipadas por incapacidade.
“Nesta reunião verificámos que já há empresas portuguesas a desenvolver um conjunto de boas práticas para melhorar a empregabilidade dos seus colaboradores, mas que ainda há um longo caminho a percorrer e é preciso incidir os nossos esforços na formação e consciencialização dos recursos humanos, não só das grandes empresas como das micro e pequenas, e ao mesmo tempo estimular a possibilidade de criação de grupos de suporte para as pessoas com dor crónica dentro das entidades patronais, sem prejudicar o horário de trabalho, o empregado e o empregador”, explica Ana Pedro, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor e Coordenadora da SIP Portugal.
A reunião contou com a presença das empresas Delta Saúde, Grünenthal, Grupo Nabeiro, Novabase, Novartis, Rádio e Televisão de Portugal, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Teleperformance.
“Vamos agora, em conjunto, delinear estratégias de atuação, com caráter de urgência, para promover uma maior aproximação às pequenas empresas, mas também às Sociedades científicas que representam áreas como a Medicina do Trabalho”, conclui Ana Pedro.
Das medidas apresentadas, destacam-se: a adaptação e flexibilidade nos empregos com horário completo diurno, por turnos, em período noturno e/ou com turnos irregulares que variam entre noite e dia; a adaptação do posto de trabalho e promoção de condições ergonómicas; a possibilidade de realizar o trabalho a partir de casa; a aposta na formação e consciencialização sobre a problemática da dor em contexto laboral mas também o alerta para o estigma, discriminação e coação no trabalho; a possibilidade de criação de um grupo de suporte para pessoas com dor crónica dentro de uma empresa, sem prejudicar o horário de trabalho, o empregado e o empregador.
A SIP Portugal reúne atualmente 11 Associações portuguesas: Associação Atlântica de Apoio ao Doente Machado-Joseph – AAADMJ, Associação de Doentes com Lúpus, Associação de Doentes “Da Dor para a Dor”, Associação de Doentes de Dor Crónica dos Açores – ADDCA, Myos – Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica, Associação Portuguesa de Jovens com Fibromialgia – APJOF, Associação Portuguesa de Neuromusculares – APN, Associação Portuguesa Para o Estudo da Dor – APED, Força 3P – Associação de Pessoas com Dor, Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas – LPCDR e Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla – SPEM.