O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é assim denominado por poder atingir vários órgãos e sistemas (sistémico), e por se acompanhar muitas vezes de eritema da pele (eritematoso). É uma doença inflamatória crónica, de natureza autoimune, que evolui por crises e que atinge as articulações, os tendões a pele e outros órgãos. O Lúpus é mais frequente nas mulheres, (9 em cada 10 doentes são do sexo feminino) e a doença é mais grave na raça negra. Atinge sobretudo mulheres jovens, entre os 20 e os 30 anos de idade, e pode mais raramente aparecer nas crianças (sobretudo do sexo feminino), e nos indivíduos idosos.
O Lúpus não é contagioso
O Lúpus não é contagioso, pois é uma doença mediada por anticorpos, em que o organismo “ataca” as suas próprias células, sem motivo conhecido. Pode existir no entanto alguma relação entre as exacerbações da doença e certos fatores como o stress ou infeções. O LES é uma de várias doenças conhecidas como “os grandes imitadores“ porque, muitas vezes, imita ou é confundida com outras doenças. São conhecidos dois tipos principais de Lúpus: o cutâneo ou discoide, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas, daí o nome Lúpus Eritematoso), principalmente nas áreas que ficam mais facilmente expostas à luz solar (rosto, orelhas, decote e nos braços); e a forma sistémica, na qual um ou mais órgãos/aparelhos estão envolvidos. Quer a gravidade das lesões, quer os tecidos e órgãos atingidos, variam de doente para doente, dependendo da quantidade e da variedade dos anticorpos presentes e dos órgãos afetados. O acompanhamento médico regular e a motivação/ disciplina do doente quanto à toma da medicação prescrita devem ser considerados como primordiais no tratamento do Lúpus.
Diferentes apresentações do Lúpus
• Lúpus discoide – é cutâneo, limitado à pele. Neste tipo, podem surgir erupções na pele, por exemplo do pescoço e couro cabeludo.
• Lúpus sistémico – é a forma mais grave, que requer mais cuidados.
• Lúpus induzido por medicamentos – ocorre como consequência do uso de certos medicamentos em pessoas suscetíveis. De uma forma geral, a interrupção do medicamento desencadeante permite a resolução do quadro.
• O Lúpus neonatal – é “transmitido” da mãe para o filho na altura do nascimento, e embora bastante raro, requer acompanhamento e cuidados especiais. Adquirido durante a gestação, resulta da passagem através da placenta, de anticorpos específicos da mãe, que irão ser deletérios para o bebé. Esses anticorpos desaparecem espontaneamente quando o bebe atinge os 3 a 6 meses de idade, não deixando, na maioria dos casos, qualquer sequela.